30
Mai10
Porta do Templo
Armando Isaac
© Armando Isaac
Sento-me à porta do Templo
fumo pelo cachimbo de água
o ópio da minha espera.
Vejo entrarem coisas perecíveis
Com os olhos rasos de água
o cérebro enevoado.
Voo no colo de uma águia
que queima as asas no sol
deixando-me na órbita
de coisa nenhuma.
Espero a Deusa do Amor
que consumirá meu corpo
e lhe dará a forma da felicidade
* Do livro “Rosas na Hospedaria do Vento” - Fernando Antunes