Mértola
Mértola é um município raiano português do distrito de Beja, região do Alentejo e sub-região do Baixo Alentejo. É o sexto município mais extenso de Portugal, com 1 292,87 km² de área, tendo 6205 habitantes (censo de 2021)
O Município de Mértola tem por sede a vila homónima de Mértola, povoação com mais de 2 000 habitantes. A vila encontra-se situada numa elevação na margem direita do rio Guadiana, imediatamente a montante da confluência da ribeira de Oeiras.
As escavações arqueológicas iniciadas em finais da década de 1970, das quais resultaram a descoberta de vestígios que remontam ao Neolítico, e as informações recolhidas no início do século pelo arqueólogo Estácio da Veiga, provam que a vila de Mértola é bem mais antiga do que as fontes escritas testemunhavam. Edifícios de grande monumentalidade permitem que qualquer visitante identifique a presença dos romanos em Mértola e na Mina de São Domingos Apesar da concentração de vestígios na vila de Mértola, podem também encontrar-se vestígios de menor dimensão em todo o município.
Denominada Mírtilis Júlia após a invasão romana da Península Ibérica, seguiu-se-lhe a ocupação pelos visigodos onde Mertill e Mertilliana é sugerido. Após a invasão muçulmana da Península Ibérica, foi denominada Martulá, tornando-se finalmente no nome atual após a Reconquista.
Constituía-se num importante porto fluvial, erguendo o seu castelo em posição dominante sobre aquele trecho do rio Guadiana. A sua importância era tal que, durante um curto período do século XI, foi capital de um pequeno emirado islâmico independente, a Taifa de Mértola.
Na época da Reconquista Cristã, só foi retomada no reinado de Sancho II de Portugal, por forças ao comando do comendador da Ordem de Santiago, Paio Peres Correia, em 1238.
Com a invasão dos povos do Norte de África, liderados pelo general Tárique em 711, Mértola ganha uma nova dinâmica, passando a ser o porto mais ocidental do Mediterrâneo. A excecional posição geográfica no último troço navegável do Guadiana será determinante para o crescimento e apogeu de Martulá. A cidade cresce e, sob o antigo Fórum Romano, é edificado um bairro almóada onde, depois de vinte anos de escavações, é possível identificar, com clareza, as habitações com os seus vários compartimentos, os tradicionais pátios centrais das casas árabes e as ruas. Tendo sido este o período de maior dinamismo, Mértola apresenta hoje, no Museu de Mértola, um núcleo de Arte Islâmica, o que de mais representativo se pode conhecer dessa época.
No final do século XIX, com a descoberta do filão mineiro em S. Domingos, o município, em especial a margem esquerda do Guadiana, conhece uma nova época de prosperidade, caracterizada principalmente por um acentuado crescimento demográfico. Em finais da década de 50 e à medida que a exploração mineira diminuía a crise social e económica, esta instala-se nos que dependiam diretamente e indiretamente da mina. Em 1965, a mina encerra definitivamente e a depressão económica afeta centenas de famílias que, para assegurarem a sua sobrevivência, são obrigadas a ir para a zona da grande Lisboa e para o estrangeiro.
Nos anos 80, a vila de Mértola começou, através da arqueologia, a descobrir e a conhecer melhor o seu passado e a transformar esse imenso património num fator de desenvolvimento económico e cultural. A fundação do Campo Arqueológico de Mértola por Cláudio Torres, em 1978, foi um momento importante nesta crescente valorização do passado Mertolense.
Fonte: Wikipédia
Fotos: © 2022 Armando Isaac