A lenda do rei Vamba, ou Maldição de Ródão, fala do amor adúltero de uma rainha cristã, que vivia no Castelo de Ródão, com um rei mouro residente do outro lado do rio. Diz a lenda que se namorava, sentados em cadeiras de pedra, situadas num e noutro lado das Portas de Ródão, enquanto o rei cristão andava na caça ou na guerra. Diz-se ainda que o rei mouro decidiu raptar a rainha cristã e para esse fim escavou um túnel, com início no Buraco da Faiopa, para passar por baixo do rio. Mas falhou o propósito e o túnel terminou a grande altitude, no morro sul das Portas de Ródão, onde existe uma cavidade que chamam Buraca da Moura.
O rei mouro acabou por fugir com a amante que atravessou o rio sobre uma teia de linho. Segundo a lenda, o rei Vamba conseguiu raptar a mulher. Esta foi julgada em tribunal familiar que a condenou á morte por despenhamento, presa a uma mó. Na queda a rainha lançou a seguinte maldição sobre Ródão: “ nesta terra não haverá cavalos de regalo, nem padres se ordenarão e putas não faltarão”. Por onde a rainha passou, arrastada pela mó, diz a lenda, jamais nasceu mato.
O local também conhecido por Castelo de Ródão, Castelo das Vila Ruivas, ou Castelo das Portas, chama a atenção para um monumento classificado, implantado na área do Monumento Natural das Portas de Ródão, um espaço de extraordinária beleza cénica e de grande importância estratégica, cruzamento de rotas e vias de comunicação, com destaque para as da transumância, entre a Serra da Estrela e o Alentejo e das invasões militares, dirigidas a Lisboa, que passaram o Tejo em Vila Velha de Ródão.
A sua origem pode estar relacionada com a doação do território da Açafa, por D. Sancho I, à Ordem do Templo, em 1199, embora se admita uma origem anterior.
Enquanto construção para fins militares, deve ser considerada como uma torre de vigia, embora mais complexa que o comum das estruturas. È constituído por uma torre e uma muralha fechada. A porta original da torro situa-se ao nível do andar superior. No lintel, da porta, existem cinco linhas gravadas e a cruz da Ordem do Templo.
Inicialmente, durante a Reconquista Cristã, teria como principais funções a vigilância da linha de fronteira do Tejo, das incursões muçulmanas provenientes do sul. A partir dos tempos modernos, o Castelo viria a ser utilizado, em particular nos séculos XVIII e XIX, como base de artilharia tendo em vista impedir a passagem do Tejo, de norte para sul e, consequentemente, a entrada no Alentejo, de acordo com uma rota de invasão através da Beira Baixa. Foi o que sucedeu durante a Guerra dos Sete Anos e na 1ª invasão Francesa, em 1807.
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Fotos: © 2020 Armando Isaac